sábado, 25 de abril de 2009

XII
A casa de Daniela era antes da do Tiago. Despediram-se à maneira especial deles, cada um puxando à de leve a orelha do outro.
Na casa de Daniela, Jorge esperava-a na cozinha com um dos seus cozinhados; hoje era esparguete com legumes e salada. Comeram com pauzinhos, pareciam uns chinezinhos. Daniela aproveitou e perguntou ao pai se existia vida depois da morte. O pai respondeu:
- Sinceramente não sei. Nada está provado acerca desse assunto, embora eu acredite que não. Acho que do modo como nascemos do nada, quando morrermos também não restará nada senão um corpo sem vida. É tudo uma questão de fé, é conforme as religiões, umas acreditam que sim outras não. Aqui em Portugal, a maioria da população é cristã, ou seja acreditam em Deus. Contudo ninguém tem provas se Deus existe ou não, é como já tinha tido, é uma questão de fé. No início do cristianismo as pessoas tomavam Jesus como exemplo de vida, assim as mortes eram bem aceites pelos crentes. Os Romanos colocavam os Judeus, pessoas que acreditavam em Jesus nas arenas afim de serem devorados por leões ou, então eram queimados. Era horrível, mas os Judeus morriam com alegria porque acreditavam que iam para o céu.
- Quer dizer, que os Judeus só surgiram depois de Jesus ter sido morto?
- Não, eles já existiam antes de Jesus. Lembras-te uma vez contei-te a história de Abraão.
- Sim, sim lembro-me. Conta-me mais.
- Bem, o cristianismo ganhou força graças aos mártires. As pessoas viam como aqueles tinham morrido com tanta coragem, e queriam alcançar também aquela fé e força de vontade. A parte de depois de se morrer ir para o céu, ninguém sabe.
- Oh pai, mas porquê matavam os Judeus?
- Porque nessa altura corriam boatos que eles eram canibais, devido à parte em que Jesus disse na última ceia “tomem e comam. Isto é o meu corpo” “bebam ... isto é o meu sangue”.
- Que parvoíce!
- É verdade. Mas agora tenho que ir para o emprego, querida. Adeus. Se quiseres saber mais, pergunta ao teu irmão quando chegar, ou se quiseres, hás-de encontrar livros na biblioteca. Ah! E não te esqueças de dar de comer às galinhas e aos coelhos.
- Adeus pai, e obrigado pela história.

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